São quatro condomínios de casas prometidos pela Construtora Báril. Mais de 400 pessoas entraram com processo na Justiça contra a empresa. Em audiência, a Báril informou que há atraso na entrega de 500 casas e que passa por dificuldades financeiras.
Um grupo de pessoas entrou na Justiça contra a Construtora Báril, responsável pela construção de condomínios de casas no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, em Tramandaí, Imbé e Xangri-Lá. Algumas delas esperam há mais de dois anos pela entrega do imóvel.
No processo, os clientes cobram a entrega dos imóveis, pedem o dinheiro de volta ou o cancelamento dos contratos. Até agora ninguém teve resultado.
Mais de 400 pessoas chegaram a entrar com ações na Justiça. Como algumas já chegaram ao fim, cerca de 35 clientes decidiram entrar com uma ação coletiva no Ministério Público. Só o prejuízo deles chega a R$ 3 milhões.
“Nesse momento não há nenhum indício de capacidade financeira da empresa para construir os imóveis. Isso é falado abertamente nas próprias petições das empresas. A quantidade de fornecedores que não receberam, dívidas trabalhistas, os próprios consumidores que já buscaram a rescisão do contrato”, explica o advogado Luciano Dolejal de Freitas.
Por nota, a Báril informou que reconhece que a empresa passa por dificuldades financeiras, e diz que vai apresentar ao Ministério Público um plano para solução dos problemas e entrega dos imóveis.
A lojista Alessandra Becco fechou negócio com a construtora em 2016 e diz que os primeiros apartamentos deveriam ter sido entregues no ano passado, mas até agora nenhuma obra foi feita no terreno, em Tramandaí.
“Eles nos procuraram dizendo que era um ótimo investimento. Que teria tudo, piscina, área esportiva”, conta. “A gente entrava em contato com eles, eles não respondiam, às vezes o pessoal do financeiro informava que as obras estavam atrasadas e que eles estavam tentando uma parceria, mas que ia ser construído, ia ser resolvido, e nada”, completa Alessandra.
A aposentada Clarice Fátima Fila também comprou uma casa no condomínio em Tramandaí, e pagou o valor total de R$ 200 mil. “Esse valor foi muito expressivo para retirar porque tinha dinheiro de aposentadoria. Então foi um ato de crueldade da empresa nos lesar dessa forma”, diz.
O administrador Marcelo Serrat adquiriu uma casa em um condomínio na praia de Xangri-Lá, mas o terreno onde deveriam estar sendo feitas as obras, também continua vazio. “O dinheiro está em algum lugar. É muito dinheiro, são áreas vazias como esta, então onde foi o dinheiro? Se está pago, onde está o dinheiro? É isso que a gente quer uma resposta”, diz.
Fonte: G1