Caso aconteceu no Hospital Raul Sertã, em Nova Friburgo (RJ), nesta quarta-feira (17). Mulher foi cobrar o resultado depois de várias tentativas mal sucedidas.
A mulher de um homem de 62 anos foi ao Hospital Raul Sertã, em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, nesta quarta-feira (17) buscar o resultado de uma biópsia de um dos rins do marido e foi surpreendida quando, no lugar do resultado, recebeu o órgão do paciente de volta em um pote plástico de 5 litros com um rótulo de polpa de maracujá.
Segundo a mulher do paciente, a cirurgia aconteceu no dia 20 de março e o órgão retirado seria levado para um exame de biópsia no Rio de Janeiro. A mulher voltou à unidade 30 dias depois para buscar o resultado mas ele ainda não estava pronto. Mais 30 dias depois, ela retornou ao hospital e também não conseguiu.
Maristher Fukuoka contou que foi aconselhada a voltar a cada 15 dias ao hospital.
Ainda segundo Maristher, depois das tentativas mal sucedidas, informaram um número de telefone para que ela pudesse ligar e consultar se o resultado estava pronto. Nesta quarta, quase 4 meses depois da cirurgia, ela foi novamente ao Raul Sertã e exigiu que o resultado fosse entregue.
De acordo com ela, um funcionário a informou que o órgão sequer havia saído da unidade, e que teria uma fila de 800 procedimentos do tipo para serem feitos.
“A responsável pelo laboratório chegou, não deu 10 minutos e o rim tava na minha mão. Falou que se eu quiser procurar o Ministério Público, eu posso ir. E dali eu saí desesperada. Falei: ‘gente, o que eu vou fazer com isso aqui?'”, contou Maristher.
Ela procurou uma clínica particular que cobrou R$ 600 para realizar o exame. A previsão de resultado do exame particular é para o dia 14 de agosto.
Procurada para falar sobre o assunto, a Prefeitura de Nova Friburgo informou, por meio de nota, que o Hospital Municipal Raul Sertã está com uma demanda reprimida na realização das biópsias devido ao desligamento do profissional que realizava o serviço.
A nota da Prefeitura disse ainda que o município providenciou a contratação de um novo profissional para efetuar este tipo de procedimento e a tendência é que, em breve, o serviço esteja normalizado na unidade.
O município disse ainda que as peças de biópsia, neste caso o rim, são normalmente armazenadas em recipientes plásticos comuns, após serem devidamente higienizados e esterilizados.
Segundo os profissionais de Patologia do Hospital Municipal Raul Sertã, a prática é comum até mesmo em unidades hospitalares da rede particular e não implica em alterações nos resultados dos exames.
De acordo com a Prefeitura, o procedimento para o armazenamento correto do material é através da imersão em formol e não em geladeira. Na quantidade ideal de formol, a peça se mantém conservada por anos.
A respeito do rótulo no recipiente, em que consta escrito “polpa de maracujá”, o município disse que será instaurado um inquérito administrativo para identificar os responsáveis e aplicar as sanções cabíveis.
Fonte: G1