Novas taxas mínimas da linha já superam o que é cobrado nos empréstimos tomados no Sistema Financeiro Habitacional.
A Caixa reabriu na semana passada a linha de crédito imobiliário pró-cotista, financiada com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com juros mais altos e orçamento menor do que o de anos anteriores. Com o aumento, a linha deixou de ser a opção mais vantajosa para o consumidor que não se enquadra nas regras do programa Minha Casa Minha Vida.
Historicamente, a linha pró-cotista oferecia as menores taxas para quem estava fora do programa habitacional do governo. Agora, as novas taxas mínimas já superam o que é cobrado nos empréstimos tomados no Sistema Financeiro Habitacional (SFH).
De acordo com a Caixa, os juros da linha pró-cotista subiram para a faixa de 8,76% a 9,01% ao ano. Antes, estavam entre 7,85% e 9,01% ao ano. Na contramão, as taxas mínimas do SFH foram reduzidas de 9% ao ano para 8,75% ao ano no mesmo período.
O aumento das taxas da linha pró-cotista foi definido em 20 de dezembro, ainda na administração de Michel Temer, segundo a Caixa. “A modificação da taxa ocorreu em 20 de dezembro de 2018, em virtude da redefinição dos descontos concedidos aos clientes que possuem relacionamento com o banco”, informou o banco por meio de nota.
Os recursos da linha pró-cotista costumam se esgotar antes do fim do ano. Em 2018, a linha para a compra de imóveis usados foi encerrada em julho.
O novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse na segunda-feira, durante a cerimônia de posse no comando do banco, que a classe média terá de pagar juros de mercado para o financiamento habitacional. Nesta terça-feira (8), ele negou que os juros vão subir.
Orçamento menor
O orçamento aprovado pelo Conselho Curador do FGTS no final do ano passado prevê o montante de R$ 4,25 bilhões para a linha pró-cotista em 2019, o que representa uma queda de 15% ante os R$ 5 bilhões disponibilizados para 2018. Segundo a Caixa, o orçamento deste ano é de R$ 4,5 bilhões, mas o que será destinado ao banco ainda está em discussão.
Em 2017, o orçamento foi de R$ 7,74 bilhões. Em 2016, chegou a R$ 8,6 bilhões.
Pelas regras do pró-cotista, os interessados precisam comprovar um período mínimo de 36 meses de contribuição ao FGTS ou saldo em conta vinculada de pelo menos 10% do valor da avaliação do imóvel. Eles também não podem ser proprietários de imóvel residencial na região metropolitana onde moram ou trabalham, nem possuir financiamento no Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
A linha pró-cotista também é operada pelo Banco do Brasil e, desde o ano passado, também pelo Santander, mas é limitada a imóveis de construção financiada pelo banco.
Teto de até R$ 1,5 milhão para financiar imóveis com FGTS
As taxas de juros variam conforme os diferentes tipos de financiamento imobiliário. Aqueles realizados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e pela linha pró-cotista (destinada a trabalhadores com carteira assinada) costumam ser os mais procurados por aqueles que não se enquadram nas regras do programa Minha Casa Minha Vida.
Nos financiamentos pelo SFH, os juros são limitados a 12%, com atualização do saldo devedor pela Taxa Referencial (TR).
Desde o final de outubro, o limite do valor do imóvel que pode ser financiado pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH) – que permite ao comprador usar o saldo das contas do FGTS – é de R$ 1,5 milhão.
Já o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) não possui regulamentação das condições de financiamento e suas linhas costumam ser direcionadas para imóveis mais caros e solicitadas por compradores que não conseguem se enquadrar nas regras do SFH e utilizar recursos do FGTS.
Taxas de juros do Minha Casa Minha Vida
As taxas de juros mais baixas são as do programa Minha Casa Minha Vida, que são subsidiadas pelo governo, operadas quase que exclusivamente pela Caixa. Veja abaixo as taxas atuais anunciadas pelo banco:
Faixa 1,5 (renda de até R$ 2.600)
Juros: de 4,59% a 5,11% ao ano
Faixa 2 e 3 (renda de até R$ 7.000)
Juros: de 5,11% a 8,47% ao ano
O Banco do Brasil também oferece linhas do Minha Casa Minha Vida, com taxas a partir de 5,16% ao ano para imóveis até R$ 300 mil e famílias com renda familiar até R$ 9 mil.
Fonte: G1