Juíza deu 120 dias para governo apresentar plano a fim de acabar com filas em seis hospitais do Rio
RIO — O Hospital dos Servidores do Estado (HSE) é a unidade da rede federal no Rio com o maior número de pacientes aguardando uma cirurgia. Segundo levantamento da Defensoria Pública da União (DPU), 4.571 pessoas estão na fila do HSE, por até dez anos, na esperança de conseguir ser operadas em especialidades como ortopedia e cardiologia. Nos seis hospitais federais do município, são 13.851 pacientes em listas de espera. Diante da situação, a juíza Helena Elias Pinto, da 3ª Vara Federal do Rio, deu 120 dias para a União apresentar um plano para acabar com as filas nessas unidades, conforme antecipou nesta quinta-feira Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO. A juíza estipulou multa de R$ 1 milhão se houver descumprimento do prazo.
— Chegaram a me alertar sobre a possibilidade de demorar, mas é a minha única opção — disse Manuel Costa Neto, de 59 anos, morador de Queimados, na saída do ambulatório do HSE, após conseguir ser atendido depois de duas semanas de tentativas.
Manuel contou que terá de voltar ao hospital no próximo mês para ser reavaliado, antes de ter uma definição sobre uma cirurgia no ombro direito.
Ainda de acordo com a DPU — que moveu a ação em fevereiro contra as unidades federais —, nos hospitais de Bonsucesso e de Ipanema há 2.943 e 2.501 pessoas, respectivamente, esperando por algum tipo de cirurgia.
— Consegui operar o joelho no Hospital de Ipanema, após dois anos e meio de luta. Inclusive me empurraram para o Hospital da Lagoa, que frequentei por seis meses, e não me operaram alegando falta de material — disse o advogado Christian Bomfim, morador de São Conrado.
No Hospital da Lagoa, há 1.941 pessoas esperando por cirurgia. No do Andaraí, são 1.158. E, no Cardoso Fontes, 737 pacientes.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que negocia com o estado e o município “a gestão das filas e a inclusão de pacientes das unidades federais na lista de regulação controlada pelos gestores locais da saúde”. Disse ainda que investiu R$ 660 milhões em 2013, “o que permitiu a realização de 44 mil cirurgias e 51 mil internações”. Além disso, garantiu que vem investindo na contratação de profissionais.
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