Quem paga por um plano de saúde atualmente enfrenta os mesmos problemas de pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em algumas especialidades só existe horário para atendimento no ano que vem. De acordo com o Conselho Regional de Medicina de Bauru, em situações como a demora e falta de atendimento por parte dos planos de saúde, a orientação é que o conveniado denuncie o problema à Agência Nacional de Saúde (ANS).
O órgão vinculado ao Ministério da Saúde, responsável pela fiscalização dos planos de saúde em todo o país, tem punido aqueles que não cumprem as normas determinadas pela agência. Uma delas entrou em vigor em dezembro do ano passado e define prazos para atendimento médico, realização de exames e internações.
Uma pesquisa divulgada pela Associação Paulista de Medicina revela que oito em cada dez pessoas que usaram serviços de planos de saúde nos últimos dois anos tiveram algum tipo de problema. As principais queixas foram à demora em marcar consulta e também conseguir autorização de exames.
A ANS estabelece prazo para atendimento médico da seguinte forma: para pediatra, clínico geral, ginecologista, obstetra e cirurgião dentista, a consulta deve ser agendada em no máximo sete dias úteis.
Para fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, atendimento em hospital e diagnóstico ambulatorial (de exames feitos em clínicas e hospitais), o prazo é de no máximo 10 dias.
Para as demais especialidades como oftalmologia e dermatologia, o paciente deve ser atendido em no máximo 14 dias úteis. No caso de diagnósticos e exames feitos em laboratórios, o prazo de três dias. Já procedimentos de alta complexidade e internação eletiva, que não é de emergência, o tempo de espera deve ser de no máximo 21 dias.
Por descumprimento à medida, no mês passado, 268 empresas administradas por 37 operadoras tiveram a venda de seus serviços suspensa no país por seis meses até regularizarem a situação. Se continuarem vendendo planos que não atendem à demanda, elas estão sujeitas a pagar multa de R$ 250 mil.
Foi pensando na saúde dos filhos que Priscila de Oliveira Carlos contratou um plano de saúde. Há cinco anos a esteticista gasta em média R$ 360 por mês. Tudo para garantir um atendimento médico mais rápido e de boa qualidade à família. Pelo menos esta era a expectativa, se não fossem as dificuldades que surgiram quando ela precisou de atendimento de urgência nos hospitais. “Não tinha médico e registrei um boletim de ocorrência. Ainda recebi a orientação para procurar um serviço público”, disse.
Conseguir um médico especialista em pediatria também foi um desafio enfrentado por Hélen Haiyashi. Mesmo pagando o convênio ela teve que procurar um hospital público para que a filha fosse atendida. “Você vai e não tem pediatra. Pelo menos no serviço público tem. Já reclamei, mas eles nunca resolvem o problema”, contou.
Por isso, o consumidor deve prestar atenção. Após tentar agendar com os profissionais ou estabelecimentos de saúde credenciados ao plano e não conseguir o atendimento dentro do prazo previsto, as pessoas devem entrar em contato com a operadora para que ela resolva o problema. Caso isso não aconteça, o paciente pode procurar a ANS ou até mesmo órgãos de defesa ao consumidor. O telefone da ANS para denúncias é o 0800-701-9656.